quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Rumores para o homem sem mais respostas

Rural é o silêncio desta madrugada...
Promete desastres na embalagem desta trovoada
Os cães já há muito estão calados
Assegura-se um mistério
Vejo os clarões iluminarem como se fosse dia
Ali mais abaixo sobre o cemitério
Os pinhos agitam-se aterrorizados sob nuvens rápidas
Perante o trovão que rasga e que parte
Como se desabasse a Serra do Homem de Pedra ali à frente
A aldeia está deserta. Não há gente.
Os morcegos esbarram contra as paredes da casa
Já todos estão recolhidos no seu regaço
Mas eu aguardo aqui no terraço
Vejo a chuva chegar sobre uma tempestade seca
Molha-me violentamente como um rumor de inverno
Gelada
Consistente.
A água ainda me faz vacilar,
O vento responde e empurra-me.
Nenhum deles pode conduzir-me a lado nenhum.