terça-feira, 23 de agosto de 2011

Últimos Versos XVI

Nisto aqui que não é nada:
Neste sonho que não cessa,
Nesta imensa culpa submersa.
Neste asco de vida.
O pesadelo perfuma-se
De nojo e de luto na alma vencida…
Neste tempo que não conta
Há valor que não nota
Noutro valor que não emerge
Neste mundo que não importa
Há seres que não vivem
E pedras que se afundam na areia
Neste viver desnecessário
Nesta razão inexistente
Sobrevive a mudez da palavra
E o silêncio de quem morre calado.