domingo, 14 de agosto de 2011

A porta

Aos 47 hei-de fechar o coração
Já serei velho e menos crente ainda
Mesmo que à minha maneira
A chave ficará encravada no canhão
E nunca mais ninguém entrará
Enfim, vai ser assim
Aos 47 tranco a porta
Não entrará nem mulher linda nem homem amigo
Nem mais família que nem todos são meus primos
E acaba-se a porta aberta
Estará na hora da vida mais esperta
E fecho a porta e pronto
Nem bom dia aos vizinhos
Um olá aos padrinhos
Mas…
Coração aberto só p’ós irmãos e p’ós meus pais
E fecho a porta. Aos que já saíram e sairão, não voltem
Entrem até aos 47 se quiserem
Mas depois não voltem mais.