domingo, 19 de dezembro de 2010



Este mundo

Desarmam-me as poucas coisas que amo
De resto é tudo muro, silêncio e fachada
Um pleonasmo ou outro,
Falta-me tudo quando não me falta nada.
Escuto o fino soar do tempo que segue num sentido só
E só me encontro no desencontro de um amar
Por amar apenas um só momento
Sem piedade, sem compaixão, sem dó
Compete-nos continuar
A amar com a certeza do crescimento
Deste ténue e frio fermento
Que me projecta sobre a solidão dos sós
Na rua sobra-me pouco
Confundem-me com um não louco
E desconfiam de mim e do meu desgosto por nós
Tudo é saudade.
Tudo é triste.
Tudo é tu e eu.