quarta-feira, 28 de abril de 2010

Doenças de plástico

O plástico das nossas vidas não pode ser reciclado
Ele está como a farsa, inerente na vida
E a mitose do pensamento é a misericórdia do pecado
Pois no bem ou no mal, é tudo filosofia embevecida

Dai-me mais dores de plástico para a compaixão minha
Vos encher os olhos de blandícias somente
Mulheres da vida perdida e da história coitadinha
Para que eu na vossa doença me veja menos doente

Pois irão doer-me até os botões da camisa
Se me vir como o mais adoentado moribundo
Por entre o semblante tísico das carpas fedorentas do Tamisa
Serei mais doente, mais demente, mais imundo.

Revelai-me todas as dores de plástico que predilectam
As falsas e as mesquinhas, as infantis e as apelativas
Quero carpir dentro de vós os ais que me execram
Por entre os demais suspiros de deixas paliativas.