sábado, 24 de abril de 2010

Dernier Cri

(Viver rápido), morrer jovem

Estarei destinado aos mais altos voos
Se asas minhas forem audazes
E no sino dobrado rimarem mordazes
Os rumores assassinos da minha senda.

Estarei esquecido dos erros repetidos
E das oportunidades desperdiçadas
Se o mundo me inebriar de vícios antigos
Na minha comunhão com os meus nadas.

Estarei prepotente, arrogante convencido
Se esquecer o sorriso da minha mãe e os abraços dos amigos
E na minha total ignorância colectar amizades interesseiras
E fazer delas confidentes e minhas totais companheiras.

Estarei enternecido pelo corpo invejado de uma musa qualquer
Quando ignorar a verdadeira beleza de uma mulher
Fecharei os olhos e verei mais do que se os abrir
Viverei falsamente, no pensar e no sentir.

Estarei acelerado se detiver comigo dinheiro e bebida
Um automóvel com mais de duzentos cavalos e a respectiva chave
E estarei pronto para morrer e abandonar esta vida
Que estarei a maltratar no meu mais hediondo auto-entrave.