terça-feira, 2 de março de 2021

Confissão

Quero abraçar-te com os meus braços amputados
pelo frio da vida
E delegar a tua ambição
Numa eterna angariação
de coisas pequenas
E renovar os meus vícios difusos
Quando eu mesmo
careço de ambição.
Hei-de perpetrar os teus sonhos
Na tua Lua que cativo.
E cingir-me apenas às virtudes imprecisas
do meu beijo.
Peço-te apenas que me defendas
Dos ataques da indecisão
e logres talvez demonstrar-me
a essência da vida antiga.
Quero abraçar-te num último adeus
Para que não mais surja em mim
o estorvo eterno dos lustres
que consomem a chama da minha ambição
como se fosse apenas amiga minha,
A escuridão.