quarta-feira, 23 de junho de 2010
Uma casa em Meimão
Minha calma absurda abala o colo da Malcata
Na paisagem verdejante no silêncio do ar calmante
Sobram reflexos nas águas negras de fina prata
Entre esta raia de sombras do esquecido emigrante
Violento pasmar no crepúsculo de Outono frio
Cinzento o chão de granito, branco o sol da manhã
Geladas as águas da ribeira filha de um rio
Que voga na barragem mais acima barrosã
A terra faz o açude. As pedras sobem aos cumes.
Começam as queimadas para o frio inverno
Os senhores proprietários e seus lumes
Poupam-se assim ao inferno,
De perder o controlo da chama e verem o verde acinzentar.
Desta casa cá em cima vejo a vida continuar.