quarta-feira, 23 de junho de 2010
Óbito falhado
Sol irrompe no olho das pálpebras coladas pelo sangue
Convulsão jorra numa inspiração singular
Num corpo imaterial e quase exangue
Bate o coração do corpo no chão a definhar
É que a bala não passou – o martelo bateu mas não disparou
E o corpo caído estará por ventura combalido
Mas somente do barulho que ao tímpano sangrou
Ergue-se o corpo agora novamente convencido
De que da próxima terá mais sorte
E que de forma inequívoca alcançará a morte
Ainda bem que subiu ao telhado que sombreia toda a cidade
O salto será a seguir. A morte será a verdade.