terça-feira, 25 de maio de 2010




Sete finalmente e mais um


Todos os sete pecados mais a melancolia
Com o Tomás de Aquino e o Evágrio do Ponto
Eles negaram-me a amena razão de pecar em euforia
Que eu queria mentir com a mentira de nunca mentir

Esconderam-me da sabedoria e da revelação
E eu lancei-me estulto e mágico sobre o alçapão
Pecado mortal gritou. Capital reforçou.
Para mal dos meus pecados, a corda quebrou.

Hoje, agreste é a consciencialização da culpa sem cura
Nenhuma paz ou sublimação nem sequer nenhuma loucura
Me podem aliviar, paliar a sombra divina de um deus morto
Que de azul me entrego, integro no antro corporal absorto

Que é a minha forma distinta de me ocupar
Por entre as dúvidas capitais de um mundo singular
Onde caveiras negras alucinam as ruas da cidade
Que conspurco com a minha simples presença e a saudade

O meu maior erro é a melancolia
Que essa eu não sabia ser pecado. Eu não sabia.
Pareço um verme espezinhado no chão
Inerme, desfeito, odiado, sem salvação.