quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

ESTA VIDA É COMO O FUTEBOL: SE CORRERMOS NO SENTIDO ERRADO NUNCA VENCEREMOS E PROVAVELMENTE IREMOS FAZER MUITOS AUTO-GOLOS...

Infâmia

Sou a pessoa mais intolerante que conheço
Pois não suporto senhores doutores
Temo até alguns professores
Por eles ensinarem tão mal.
Não suporto ainda aqueles meninos ricos
Pseudo-intelectuais eruditos
Pães sem sal que brilham sem fermento,
Da sua abundância excessiva eu lamento.
Não tenho paciência para gente da religião
São todos trapaceiros
Metem a cruz por um tostão
Mentem por um milhão de dinheiros.
E não suporto os jotas políticos
São ranhosos paralíticos
Que até andam mas para onde não conseguem ver
Nesta meritocracia podre acabarão por vencer
Mas eles são uma grande razão
Para esta merda estar cheia de recessão.
E não tolero fascistas nem pseudo esquerdistas
A política faz-lhes mal.
Tolero enfim Portugal…
Mas não aceito engenheiros sem visão
Que não reconhecem régua nem esquadro
Mesmo quando estão na sua mão.
E não posso ouvir os especuladores perversos
Que vogam vilmente na televisão
Antes pudéssemos ver uma novela
Um filme chato dos Estados Unidos
Ou a impura luz d’ O Império dos Sentidos
Mas aqueles abutres não!
Não consigo coabitar com este culto da imagem
Cultivado por esta sociedade depressiva
A socialização ficou retida na miragem
Patente num livro de caras da beleza agressiva.
Nada neste mundo me deslumbra,
Fico contente quando alguns sacanas
Por muito pularem, caiem no buraco
De resto sobra só a penumbra
As bebedeiras de sarabandas
E o meu discurso fraco.
E já se sabe como é:
Tantos tiros no escuro
Quantos tiros no pé.