sábado, 31 de julho de 2010


Auto de Niilismo

O bálsamo da minha coerência sabotada pela razão
Estremece na culpa que no vulto me é um não
Que me nega estridente sem me remeter sequer à surdina
Nem sequer me salva da opinião de quem demasiado opina.

Espanto a solidão com gritos que espantam os pardais
Dirigidos sobre os ventos, as marés contrárias e os mais selvagens animais
E de resto, afundo-me na ignorância furtiva que me mata sem dó
E no silêncio que me mata desde o nascer até ao meu pó.

Oiço no fim os silêncios do mundo agarrado ao meu ninguém
Que aperto no colo que mesmo quente, treme de temores
Sonhando com o meu amor, o meu bem-querer e o meu bem

Fecho os olhos entorpecidos por todos os meus sonhados horrores
Que se os abrir sei que não vou ver nada nem ser algum
Pensei ter rumo na vida mas sigo em frente sem nenhum.